sábado, 2 de junho de 2012

O Metrô-Fantasma

  
    Ontem, eu tive um sonho. Que não foi o mais bonito. Que eu sonhei em toda a minha vida. E meu sonho foi pra lá de estranho. Imagine você em plena madrugada. No aconchego de seu cobertor. Naquele calorzinho maravilhoso. Naquela deliciosa preguiça que não quer mais acabar. Então, de repente... Não mais que de repente. Aparece o Papai Noel acompanhado do Saci Pererê, que está fazendo companhia à Mula Sem Cabeça. É uma visita não muito normal. Dá até pra afirmar que um tanto esquisita. Talvez nem todo mundo veja esse trio toda noite. Mas o pior do sonho é que a gente pensa que é sempre realidade. Por mais absurdo que pareça. E esse me deixou um tanto desconfiado. Com pulga de elefante atrás da orelha. Era um pouquinho absurdo demais. Meu Saci Pererê era japonês. Aí veio aquela dúvida. Estava eu realmente sonhando?


   A minha desconfiança não durou muito. Terminou com outro desatino ainda maior. Vi passar ligeiro sobre os trilhos o Metrô de Salvador. E passou novinho em folha. Exatamente no horário. Aí foi demais! Nem precisei me beliscar. Só podia estar sonhando mesmo. Porque em Papai Noel, Saci Pererê e Mula Sem Cabeça a gente pode até acreditar. Pertencem ao mundo da fantasia. Mas no Metrô de Salvador funcionando?! Isso não tem o menor cabimento. Está além da imaginação. A mais inacreditável das ilusões.


   Já demora mais de uma década. Realmente esse metrô é uma criança difícil de nascer. Se fosse “vivo”, estaria até na adolescência. Mas ainda não passa de promessa. Que corre em seu mundo de mentirinha. Intangível como um fantasma.  E a gente não sabe de onde ele veio nem aonde ele vai. Somente que vai de alguma coisa a lugar nenhum. Algo bastante animador. Pelo menos assim, ninguém se revolta logo, sem saber que vai andar só alguns metros. Da estação Incompetência para a Estação Descaso. Fazendo uma paradinha, quem sabe, na Estação Corrupção. 

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