sábado, 2 de junho de 2012

Assim Tropeça a Humanidade



   Sempre lembro a frase “assim caminha a Humanidade”. Talvez seja o título de um livro, de um filme, propaganda de ortopedista... Mas é uma pena que eu não tenha criado. De cara, faria um pequeno “ajuste”. Pequeno e indispensável, por assim dizer. Modificação das mais essenciais. Quem disse que a Humanidade caminha?  Não, ela não caminha. Caminhar dá uma  noção de tranquilidade. Remete a um bucólico passeio ao entardecer. Com direito a pôr-do-sol e tudo mais. Sinceramente, isso não convence. A Humanidade não anda, não. Agora, ela corre, mano. E com motor turbinado 2.0. Se o trânsito permitir, obviamente. No dias de hoje, uma parte significativa dela está presa em algum engarrafamento qualquer. Aí a Humanidade se estressa. Xinga a mãe da Humanidade mais próxima. Algo muito triste e deprimente de se ver.
  
   Mas a Humanidade encontra outra alternativa. A Humanidade também pode voar. E a maioria voa de classe econômica. Porque não só o avião, como o preço da passagem está nas alturas. Assim a Humanidade acaba indo pro céu, sentada em cadeiras minúsculas. Feitas por quem acha que ela não precisa de joelho. E a comida ruim. E sempre insuficiente. Uma verdadeira miséria de bolacha raquítica com suco de maracujá. A fruta predileta das companhias. Servida justamente para que Humanidade não se estresse. Mas veja só. Não tem jeito. A Humanidade acaba se estressando. Chega a praguejar em pleno céu. Uma grandessíssima blasfêmia! Algo muito triste e deprimente de se ver.

   Por isso, a minha frase seria um pouco diferente. Trocaria apenas o verbo. Porque a Humanidade definitivamente não caminha. A Humanidade tropeça. Sim, ela troooo... ops!... peeeee.... ops! caaaaaiiiuuu. E infelizmente é isso aí que acontece. A Humanidade acaba mesmo caindo. E se for pra cair, que pelo menos seja no riso.

    

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