sábado, 7 de abril de 2012

Esse Coelho Não Me Convence !


   O Coelhinho da Páscoa parece um bichinho inocente. Mas, cá entre nós, ele não é, não. Por isso, uma alerta importante. Criançada, corram desse coelho! Em primeiro lugar, ele vai te deixar muito ignorante. Uma anta em Biologia. Coelho é mamífero. Mamíferos não botam ovo. Exceto um bicho  pra lá de esquisito, chamado ornitorrinco. Mas esse Coelhinho da Páscoa bota. E ainda por cima de chocolate! Dá pra acreditar? Sim, eu sei. Tem aquela história toda da Simbologia. O coelho em questão não é só um coelho. Já que ele se reproduz feito um... um... um coelho mesmo, representa a renovação da vida. A ressurreição. Pelo menos, eu acho que é isso. E estou com preguiça de pesquisar. Mas deve ser. E o chocolate? Bem, o chocolate entre nessa história, nessa tradição, porque, se o ovo fosse de rapadura, iria estragar o dente de todo mundo. E ficar banguela na Páscoa não iria trazer boas lembranças.

    Sinceramente, eu gostaria que fosse outro bicho. Não me agrada que seja um coelho. Por que não um peixinho? Isso mesmo, um peixe. O Peixe da Páscoa. Esse ser aquático que sempre esteve associado ao cristianismo. Mas como o coelho ganhou o título, não sei. Tenho uma remota suspeita. Deve ter subornado os jurados com um carregamento de cenoura. O peixe, coitado, não faria tanto sucesso com um carregamento de minhoca. Também, não é todo peixe que serviria para representar a Páscoa. E a gente deve ter muita calma nessa hora. Um salmão seria chique. O bacalhau, apesar de quase ninguém saber como é a cara dele, também. Mas, já traíra... definitivamente, seria um horror. Mas o que eu sei é que, com coelho ou sem coelho, com chocolate ou rapadura, uma feliz Páscoa pra você. E um ano repleto de realizações.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O Futebol Não me Anima



   Muitas pessoas ficam surpresas. Fazem logo aquela cara de espanto. Aquela cara de quem viu o cão chupando manga.  Ou coisa pior. A verdade é que eu admito sem nenhum rodeio.  Não gosto de futebol. Sinceramente, não é que eu não goste. Quer dizer, eu não detesto. Esclarecendo melhor. Eu não tenho mesmo é ânimo. Aquela empolgação só em ver alguns marmanjos se atracando por uma bola. Todas aquelas caretas, palavrões e hematomas. Pernas musculosas. Braços cabeludos. Sei lá... A mulheres até dá pra entender. Muitas não escondem um atirado suspiro. Gritos de deslumbramento. Mas para minha perplexidade completa, quem mais gosta não são elas. Mas eles! Os outros marmanjos que arrotam masculinidade, se comportando como verdadeiras Rapunzéis ou Julietas dos estádios. E isso é algo difícil de entender. Pelo menos pra mim.

   Quanto eu era criança e pensava como criança e agia como criança, ficar chutando uma bola sem propósito algum, a não ser colocar sofregamente numa rede e sair saltitando como um alucinado, tinha sua graça. Afinal, a gente era criança. E a aparente eternidade das coisas era mais uma companheira das nossas estripulias. Pensando bem, o que mais importava era mesmo brincar. Perdendo ou ganhando, todo mundo se divertia. Não se jogava somente para vencer. Claro que quem perdia acabava não gostando. Ficava chateado por algum tempo. Fazia bico. Mas logo passava. No final das contas, a vitória não era um fim em si mesmo. Éramos crianças, mas não éramos bestas. No fundo cada um sabia. Era uma brincadeira. Não uma guerra de tolos e orgulhosos. Ao acabar, o mais importante era ter corrido, suado e gargalhado juntos. Não tinha a menor graça ficar somente assistindo aos outros jogarem. Bom era mesmo participar. E se não vencesse o melhor, quer saber?, pouco importava. Quando todos se divertiam não havia perdedores.